Vou te amarrar no meu edredom
te encher do som que o meu corpo faz
quando quer o seu e é capaz
que já seja todo seu
Vou cantar que você é tudo que wando disse
do ia ia até o ioio
tudo que eu possa rimar com "amô"
seja como for
eu só quero mesmo é te enrolar no edredom
aquele que já canta teu nome
de tanta saudade que tem de te aquecer
vem logo para ele não esquecer
Que hoje é dia de se esquentar
eu e você
sem parar para pensar
o que é viver
Não quero ver mais ninguem
pensar que existe mais alguém
que não seja eu e você
é irracional demais até para mim
só pela cama desarrumada
dá para perceber que eu só quero
você acamada nela
sentada ou seja como for
quero você e esse edredom
juntos em uma mutação
que só eu possa admirar
e guardar tanta felicidade
só para mim
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
terça-feira, 8 de setembro de 2015
Afogado
Ligo o som
Pego o vinil de Baker
Encosto a agulha em seu disco
E sinto sua dor de perder um amor
É como se ele me pedisse
Desesperado
Mesmo sem me conhecer
Querendo dizer
Não foge do que tu desejas
Não seja quem tu não queres
Não roube o beijo de quem você não quer
Se morre amanhã, quem vive por ti, realmente vive?
Com tanto mar por ai
Porque quer se afogar em um que tu não queres?
Enquanto o outro mar se afoga da ausência do seu ar
Cheio de seres, mas vazio de ti
Me desafogo
Seco no sol
Só para ir atrás do teu mar
Não há morte melhor do que no seu mar
Te procuro e todo meu ar falta
Como se o meu coração precisasse de ti para bombear
Eu posso viver sem ti
Mas qual é a graça de viver sem ser felicidade?
Quando longe, finjo que está tudo bem
Mas quando perto, não há mais ninguém
Ouço o som da rua e ouço até tua voz
Mas fico perdido em minha mente, pensando a tamanha beleza que você possui
Frases aleatórias do ser.
Sou ego
Sou centro
Sou tudo que quero ser
Mas sou mais defeito do que quero
Queria ser menos ego
Ser menos medo
Ser menos insegurança
E mais fechado
Queria ter uma chave
Que trancasse tudo que sinto em uma caixa de madeira
Tudo que sinto
Que não posso mostrar
Ficaria naqueles vidros em que fora anunciaria
"Quebre em caso de desespero"
E no fim eu iria querer me desesperar
Só parar quebrar aquele pote com frases que só querem dizer teu nome
Se tivesse boca estaria gritando teu nome
Se tivesse alma
Estaria feliz por ter boca
Para gritar teu nome e beijar você
Ou pelo menos sonhar
Porque quem tem alma pode ser um pouco feliz
Apenas sonhando que se tem a pessoa que deseja
Felicidade incompleta
Mas felicidade
Se eu fosse menos tudo isso
Segurando a minha caixa de madeira
Você iria me querer?
Ou nem se quer iria lembrar de mim?
Sem ego, sem medo, sem sentimento
Você passaria voando, sem olhar em mim
E ver algo bom
Será que isso seria bom?
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Me desculpa.
Hoje estou aqui sentando, tentando saber se eu tenho certeza
disto, mas adivinha? Não tenho, nunca tive, não ia ser agora que eu iria ter a
famosa “certeza”. E é por isso que eu tenho de ir, porque infelizmente, se eu
fosse o pássaro certo para você voar, lado a lado, eu e você já estaríamos lá
em cima, perto do sol e não aqui, pairando quase que se arrastando pelo chão,
apenas de asas abertas, fingindo que voamos.
É clichê, mas a culpa não é sua, essa é você, sempre será e
por favor, não mude! Eu realmente gostei de você, acredito que até ainda goste,
afinal, você sempre foi uma pessoa encantadora. Mas creio que eu não aprendia a
voar com você, eu sempre te admirei, você voava tão bela, sempre com o bico
para cima, como quem tinha certeza de onde estava. Quando humana então, fala do
que for, parece genial, podemos falar da teoria do jogo do copo que ainda sim,
sairá da sua boca as mais lindas palavras.
Eu sei, vou te deixar com a sensação de mais um que lhe
abandona e isso me doí muito! Talvez seja a coisa que mais vem apertando o meu
coração. Volta e meia eu até penso em desistir de tudo, pois eu lembro daqueles dias em
que o sol batia forte no nosso rosto e fechávamos os olhos sorrindo um para o
outro, sabendo que mesmo com os olhinhos fechados, o outro estava na sorrindo
de volta.
Mas sem perceber, eu já venho te abandonando muito, não consigo mais
ser aquele cara que te dava a mão e você tinha aquela certeza de que o mundo
tinha acabado de começar. Talvez você tenha se enganado muito, eu não sou o
cara da sua vida, estou longe disso, esse cara ainda está por ai, procurando desesperadamente
você e eu não posso te segurar, se não, esse cara nunca vai te achar. Eu gosto
muito de você, preciso mais do que tudo ir embora e ver que alguém vai te jogar
para cima, que vai te mostrar o céu e o sol vai ficar tão próximo, que você vai
perceber: é esse.
Alias, você percebeu né? Mais um ponto para você.
Sim, outro pássaro.
A pergunta é: como você pode perceber? Eu sempre fui tão
discreto, nunca demonstrei muitos olhares, eu sempre evitava olhar. Tentei sim olhar para outras e no começo funcionou. Mas no
último ano tem sido muito difícil, eu estou sentindo o calor mais do que nunca, aquele que eu sempre evite, o calor que muitas vezes preferi passar para outros do que correr o risco de destruir, afinal, todo ser humano precisa do seu próprio calor,
parece que eu achei o meu, espero que eu consiga um pote bem bonito para não
deixar ele fugir.
Me perdoa
Me desculpa
Eu sei que no começo você vai me odiar, já senti isto e juro que passa! No fim, eu sei que você vai me perdoar, vai dar aquele sorriso de canto e sentir uma nostalgia gostosa, lembrando de como foram bons aqueles tempos e como no fundo, bem no fundo, sabíamos que não era para durar, era apenas para aproveitar enquanto existia, fomos sortudos. Muito obrigado por todos os quase voos, por todos sorrisos, por todos casacos para fingirmos que era o calor, obrigado.
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Sobre o calor.
Grande parte das pessoas aqui em minha volta, sente uma
raiva contida do verão, sempre reclamando de como é exaustivo ficar embaixo
daquele sol, suando que nem um camelo perto da morte, chegando a conclusão de
que não dá para ficar atraente nem para si mesmo nesta época. Eu concordo ou
concordava, até o momento em que notei que o calor é que nem o amor.
Se deu para entender, aquela frase de que o “frio é psicológico” é real, mas o que isso tem de parecido com o calor? Simples, o amor é o calor, alguns, desde pequenos entendem o real significado do calor, que precisamos aproveitar cada suor que cai de nosso corpo, que temos de se jogar com a roupa que for e que se dane, afinal, todos sentem o calor, ou deveriam.
Porém, grande maioria espera pelo frio ou graças aos ares condicionados, se escondem em lugares fechados para assim, fingir que não existe calor, que com o frio podemos esconder nossas imperfeições, que não suamos, que não sofremos, que não nada! E no mundo fresco passageiro, que criamos ou usufruímos, sumirá (ou assim parecerá) qualquer vestígio dessas temperaturas altas que mexem com o nosso corpo, preferindo nos esconder em algo como que ficará que tão frio que... iremos nos cobrir para tentarmos montar um calor controlável, dá para entender essa conspiração com si próprio que o ser humano faz?
No fim, não podemos fugir do calor, ele estará lá, não importando o quanto você fuja e mesmo que você morra, o único que irá perder o vento quente que pode bater no seu rosto. Temos medo, isso é inevitável, o medo de tratarmos o calor temos no corpo como algo normal e percebemos que os outros não querem assumir seu calor, se escondendo no quarto embaixo de ar. Ou até o medo de perceber que por mais que o frio seja algo confortável, e nós sabemos que ele é, o calor dá aquela sensação que estamos vivos, seja a fé que você tenha, você só consegue crer nela quando sente seu calor quente e feliz, é o calor que faz seu coração bater, se entregue.
Bibliografia: http://fisicaricardo.blogspot.com.br/2009/03/o-frio-nao-existe.html
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Capitulo 1
Você já percebeu quando queremos pensar e refletir sobre a
vida, sempre olhamos para cima, especificamente para o céu. Isto provavelmente
se deva ao fato de que no fundo, todo nós, seres humanos, queremos sair voando,
nos transformando em pássaros, para fugir, se esconder, ou até voar em bando.
Por mais louco que isso possa parecer, algum dia, não se
sabe como ou que, alguém conseguiu fazer exatamente isso, se transformar em um
dos animais mais nobres do mundo, os pássaros. Quando essa pessoa anunciou a sua
cidade sua grande descoberta, o chamaram de louco, bateram nele e sem escolha
alguma, ele se transformou em um lindo pássaro negro, na frente de todos.
Ao invés de ficar ali se exibindo, ele já sabia com quem
estava lidando, por isso apenas voou, sem rumo, ignorando todos os gritos para
que ele ficasse ali e mostrasse sua mágica. Não podendo mais voltar, o grande
pássaro avistou uma vila muito pequena, desceu com tudo no meio da multidão e
por estar exausto, caiu no chão, se metamorfoseando rapidamente para o ser
humano que era antes, magrelo e com a bela branca como alguém que não via sol
há tempos.
O povo da vila inicialmente enlouqueceu, depois creram que
poderia ser um anjo caído do céu e por coincidentemente voltar a chover junto a
sua chegada, começaram a lhe chamar de Pedro, pois só poderia ser ele ou alguém
trabalhando para o senhor bíblico que ficava lá em cima cuidando da chuva e do
sol.
Agora chamado de Pedro, ele começou a conversar com o povo
que ali morava, assustados, eles apenas obedeciam, como qualquer tipo de
religião se abaixando a um padre. O menino mostrou seu poder, mostrou que
qualquer um poderia se transformar em um lindo pássaro, ensinou como e todos
saíram voando pelos céus, como mudança de estação ou um a migração dos
pássaros.
Com o tempo, a fama de Pedro cresceu, sua mensagem foi sendo
divulgada aos poucos e ao com uma surpreendente ação, todos começaram a
respeita-lo e trata-lo como um deus, um rei. E assim as cidades se tornaram um
só, a famosa localização onde todos eram seres místicos, mas além disso, eles
souberam se desvincular da fé e aprender a crer em si mesmo, vendo a realidade
como uma só. Talvez tenha sido a inteligência de Pedro, mas o próprio
discordava, ele acreditava que teria sido a transformação de todos em seres que
podiam fugir e ver o mundo de longe, com uma certa perfeição. De cima, todos
eram borrões e o mundo não parecia tão maltratado.
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